AICAL

AICALivros é uma revista on line da Associação de Investigação e Cultura dos Açores / Leiria – AICAL – que nasceu em 2008 com o objectivo de promover a Cultura e a História
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sábado, 7 de fevereiro de 2015

Casa dos Bicos e José Saramago

CASA DOS BICOS
Sede da Fundação José Saramago 

«A Casa dos Bicos, edifício que Brás de Albuquerque, filho do vice-rei da Índia, Afonso de Albuquerque, mandou construir em 1523, após uma viagem a Itália, e que teve como modelo o Palácio dos Diamantes, em Ferrara, é desde junho de 2012 a sede da Fundação José Saramago. Embora seja legítimo supor que o seu primeiro proprietário gostaria que a sua casa tivesse o mesmo nome, a opinião dos lisboetas de então foi diferente. Onde alguns quereriam ver diamantes, eles não viam mais que bicos de pedra, e, como o uso faz lei, de tanto lhe chamarem Casa dos Bicos, dos Bicos ficou e com esse nome entrou na História. 

Ao longo dos tempos a casa serviu a distintas funções, tanto privadas como públicas, sendo mesmo utilizada, durante algum tempo, como armazém de bacalhau. Até 2002 albergou a Comissão dos Descobrimentos, entidade que coordenou as actividades com que se comemoraram as viagens portuguesas, marco fundamental no conhecimento do mundo tal como hoje o vemos. A Fundação José Saramago pretende que este emblemático edifício seja um espaço público em que se celebrem exposições, recitais, conferências, cursos, seminários, de modo que as suas dependências sejam colocadas ao serviço da cultura. A Casa está aberta ao público, pondo assim termo a um largo período em que nem os lisboetas nem os turistas podiam apreciar os vestígios de épocas passadas que se albergam no piso térreo: um conjunto de estruturas que remonta às primeiras ocupações do espaço, um troço importante da muralha fernandina, tanques romanos (cetárias) de base quadrangular, destinados à salga e conserva de peixes (o famoso garum), e por restos de cerca moura... O edifício é de propriedade municipal, cedido, mediante protocolo assinado em Julho de 2008, à Fundação por um período de 10 anos.»

A FUNDAÇÃO
«A Fundação José Saramago nasceu porque uns quantos homens e mulheres de diferentes países decidiram um dia que não podiam deixar sobre os ombros de um só homem, o escritor José Saramago, a bagagem que ele havia acumulado ao longo de tantos anos, os pensamentos pensados e vividos, as palavras que cada dia se empenham em sair das páginas dos livros para se instalarem em universos pessoais e serem bússolas para tantos, a acção cívica e política de alguém que, sendo de letras e sem deixar de o ser, transcendeu o âmbito literário para se converter numa referência moral em todo o mundo. Por isso, para que José Saramago pudesse continuar a ser o mesmo, soubemos que tínhamos a obrigação ética de criar a Fundação José Saramago e assim, dando abrigo ao homem, aumentarmos o tempo do escritor, sermos também a sua casa, o lugar onde as ideias se mantêm, o pensamento crítico se aperfeiçoa, a beleza se expande, o rigor e a harmonia convivem. Sim, decidimos criar a Fundação José Saramago, homens e mulheres que entendemos o valor da obra do escritor e da sua atitude perante a vida. Estamos conscientes da complexidade do trabalho e também do que trará às pessoas que precisam de saber que não estão sós. Somos uma Fundação que respeita o obra e a vida de José Saramago, o que significa que estamos atentos às vozes do mundo, à beleza que os homens podem produzir e à dor e ao isolamento que sofrem, e por isso cada dia tratamos de fazer com que o conceito de esperança seja algo mais que um vocábulo vazio e retórico. Não necessitamos, para intervir e ser, de autorizações nem de permissões de ninguém, basta-nos saber que somos humanos e que queremos contribuir para o processo de humanização de que um mundo em permanente processo de desumanização necessita. Perante a nossa insistência, José Saramago indicou o caminho. Temos a nossa Declaração de Princípios. Somos o que diz o papel que José Saramago assinou em Lisboa em 29 de Junho de 2007. Somos a Fundação José Saramago.»
in http://www.josesaramago.org

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